O município de São
José dos Pinhais e sua criação
Os
primeiros europeus que circularam por terras paranaenses eram portugueses e
espanhóis em busca de riquezas naturais. Foi de São Paulo que partiram várias
expedições para os sertões brasileiros em busca de ouro ou de índios para o
trabalho escravo. Uma delas descobriu pequena quantidade de ouro no litoral
paranaense e como consequência ali se formou um pequeno povoado. Pouco tempo
depois, em janeiro de 1.649, era instalada a Vila de Nossa Senhora do Rosário
de Paranaguá.
Procurando
descobrir ouro em outras localidades paranaenses, partiram de Paranaguá duas
expedições, uma em 1.649 e outra em 1.651. O resultado foi animador, pois Ébano
Pereira, chefe das duas expedições, registrava em um relatório a descoberta de
ouro em rios do planalto. A notícia da descoberta de ouro nestes rios provocou
o surgimento do Arraial Grande, um pequeno povoado situado junto ao Rio
do Arraial. Foi ele o primeiro povoado português das terras são-joseenses. Até
então, o espaço onde atualmente se localiza o município de São José dos
Pinhais, foi ocupado por grupos das sociedades indígenas. Primeiramente foram
os povos caçadores e coletores e na época da chegada dos portugueses por grupos
que pertenciam às famílias linguísticas dos Jê e Tupi-Guarani. O crescimento do
Arraial Grande aconteceu de uma forma rápida e desordenada, pois nele os
portugueses pretendiam permanecer somente enquanto houvesse ouro para explorar.
Na mesma época do surgimento deste povoado, diversos portugueses se tornaram
proprietários de grandes extensões de terras no espaço hoje ocupado pelo
Município. Entre eles, estava o Padre João da Veiga Coutinho que se tornou dono
das fazendas Águas Bellas e Capocu.
A
Fazenda Águas Bellas possuía uma excelente localização, pois era cortada por
importantes caminhos percorridos pelos primeiros colonizadores. Foi nesta
Fazenda, provavelmente junto à sua sede, que no ano de 1.690 ocorreu a
inauguração da Capela de Bom Jesus dos Perdões. A presença da Igreja Católica
era importante para o lugar isto porque, na época, a Igreja fazia parte do
processo administrativo de colonização. Com a inauguração desta Capela, o
espaço são-joseense passou a ter uma autoridade que representava o Governo
Português. Pouco tempo depois, no ano de 1.721, o Ouvidor Geral Raphael Pires
Pardinho solicitava a eleição das primeiras autoridades para a Freguesia de
São José. Na organização administrativa colonial, as freguesias eram
povoações que contavam com uma autoridade eclesiástica local e possuíam
representantes junto à administração pública da vila a que pertenciam.
O
ouro era pouco e por volta de 1.750, sua exploração estava praticamente
extinta. Sem outra atividade econômica lucrativa, o crescimento populacional
foi muito lento.
Durante
todo o século XVIII e a primeira metade do século XIX, a Freguesia de São José
possuía uma população pobre e dispersa, onde a grande maioria vivia de uma
agricultura de subsistência. Embora fosse esta freguesia uma das maiores da
região, ela foi abandonada pelas autoridades locais (Câmara Municipal da Vila
de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba), como também pelas autoridades
regionais (Capitania de São Paulo e depois Província de São Paulo).
No
dia 16 de julho de 1.852, foi sancionada a Lei nº 10 da Província de São Paulo,
criando a Villa de São José dos Pinhaes. A sua instalação e a posse
solene dos primeiros vereadores ocorreu no dia 08 de janeiro de 1.853.
Com a Lei Estadual nº 259, de 27 de dezembro de 1.897, esta vila recebeu a
categoria de cidade. Assim, a sede do Município passou a ser a Cidade de São
José dos Pinhais.
A
Assembléia Legislativa do Estado do Paraná também criou em São José dos Pinhais
alguns distritos administrativos. O primeiro deles, com seus limites citados na
Lei Estadual nº 790 de 14 de novembro de 1.951, foi o Distrito de Campo Largo
da Roseira. Depois foram criados mais cinco distritos e sancionados pelas
seguintes leis: Lei Estadual nº 5.597 de 21 de junho de 1.967, que cria o
Distrito Administrativo e Judiciário de Colônia Murici; Lei Estadual nº 7.306
de 13 de maio de 1.980, que cria o Distrito Administrativo de Cachoeira de São
José; Lei Estadual nº 8.429 de 12 de dezembro de 1.986, que cria o Distrito
Administrativo de São Marcos; Lei Estadual nº 8.431 de 12 de dezembro de 1.986,
que cria o Distrito Administrativo de Borda do Campo de São Sebastião; e Lei
Estadual nº 8.969 de 02 de maio de 1.989, que cria o Distrito Administrativo de
Marcelino.
Fontes:
Historiadora Maria Angélica Marochi e Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais
São José dos Pinhais |
Nenhum comentário:
Postar um comentário